São ao todo 45 pessoas que ocuparam as dependências da escola Anselmo Maia. Eles só pretendem sair do local quando conseguirem um terreno para a realização de suas atividades. A unidade terapêutica Caminho de Luz existe no estado do Acre há 25 anos. Seu principal objetivo de recuperar e reinserir na sociedade pessoas dependentes de álcool e outras drogas com o uso da Ayahuasca em sessões espirituais para o tratamento da dependência química.
Este trabalho se dá através de participação em reuniões de mútua ajuda, atendimentos individuais, somados a prática de espiritualidade, realização de atividades educativas, lúdicas, laborativas, profissionalizantes e/ou agroindustriais.
Em Cruzeiro do Sul a unidade funciona há 5 anos mas numa área emprestada para este fim na estrada da boca da Alemanha. Como a proprietária precisou do terreno, os mais de 45 membros, a sua maioria jovens, tiveram que desocupar o local por força de ordem judicial. Por conta disso, o grupo resolveu ocupar as dependências de uma escola estadual.
A secretária da unidade terapêutica Aurinete Neri explicou o motivo da invasão e a necessidade dos membros terem um espaço próprio para continuarem realizando a recuperação dos dependentes. “Ainda não fomos despejados, mas chegou a notificação e não tivemos resposta. Soubemos que a escola estava vazia e então viemos, não queríamos estar aqui, mas não temos para onde ir”, disse.
Adelson Vieira Silva tem 29 anos e teria usado drogas por 9 anos. Segundo ele, a Casa de Recuperação foi fundamental na sua vida para um novo momento de sobriedade. “Eu cheguei aqui bem debilitado e foi aqui que eu conheci a mudança da minha vida”, afirmou.
O coordenador de Educação de Cruzeiro do Sul Charles André lamentou o ocorrido. Segundo ele, as providencias cabíveis já estão sendo adotadas, inclusive uma possível negociação com os invasores. “Vamos tentar construir um caminho de diálogo bastante tranquilo, o espaço não está abandonado só apenas desabitado no momento, mas logo vamos estar usando como área administrativa”, afirmou.
fonte:Juruáonline