Cruzeiro do Sul, Acre, 25 de abril de 2024 01:53

Coluna Política Pimenta no Reino 28-03-2018

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Como nossos representantes públicos podem ser medíocres, insensíveis, cínicos ou maldosos

Atores da política em quatro situações reveladoras sobre a natureza humana

O rei do rolo

O deputado estadual Heitor Júnior (Podemos) se autodefiniu, durante a sessão de ontem (27), na Assembleia Legislativa, como ‘um defensor da comercialização do açaí’. Foi uma resposta à afirmação de que ele anda falando mal dos produtores. O boato, por sua vez, decorre de um pedido do parlamentar à Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) para que fiscalize a produção e a venda do fruto.

Fogo cruzado

Não é a primeira vez que o deputado Heitor Júnior precisa dar explicações sobre sua atuação no parlamento estadual. No final de fevereiro ele foi alvo de um discurso virulento do colega Gehlen Diniz (PP), no qual este último pediu que retirasse de pauta o projeto de lei que proíbe a saída da castanha ‘in natura’ do Acre.

Maléfico

Segundo Diniz, Heitor estaria representando os interesses de grandes empresários com a aprovação da proposta. E disse que em três anos de mandato, não tinha visto um PL “mais nefasto, nocivo e prejudicial ao povo do Acre”, acrescentando que a iniciativa estaria causando prejuízos antes mesmo de ser aprovada.

Queda vertiginosa

De acordo com Gehlen, antes de o projeto de Heitor Júnior ser apresentado, uma lata de castanha era vendida por R$ 120. Depois da apresentação, a mesma quantidade do produto estava saindo por R$ 40.

Delirante

Nem mesmo o secretário de estado Sibá Machado (Sedens), aliado de Heitor, foi capaz de defender sua proposta. Em recente entrevista dada ao jornalista Roberto Vaz, do site ac24horas, Sibá desaprovou a ideia, alegando que antes de se adotar iniciativas como a proposta pelo deputado, seria preciso implementar a indústria local para atender à exigência do seu PL.

Tropeço

Em outubro do ano passado, ao tentar fazer uma homenagem ao Dia do Dentista, Heitor Júnior acabou alvo de uma nota de repúdio emitida pelo Conselho Regional de Odontologia. É que depois de parabenizar os dentistas, o deputado afirmou que os gabinetes odontológicos seriam os maiores responsáveis pela proliferação do vírus da hepatite B.

Inimigo íntimo

Eis, portanto, e grosso modo, um resumo do mandato de Heitor Júnior na Assembleia Legislativa. Prova de que o maior adversário do parlamentar nas eleições deste ano será ele mesmo.

Drama transfronteiriço

Já são estimados em 40 mil os venezuelanos que emigraram para Roraima, na tentativa de fugir da fome e dos excessos do governo de Nicolás Maduro. Da mesma forma como a petista Dilma Rousseff foi insensível aos haitianos que passaram pelo Acre, o presidente Michel Temer (MDB) se mostra indiferente ao problema dos refugiados, apesar de reconhecer a dimensão do problema – sobretudo para os moradores de Boa Vista.

Da esquerda à direita

Enquanto a direita torce o nariz para os venezuelanos, a exemplo do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a esquerda evita tocar no assunto por uma razão óbvia: a fuga em massa revela a falência de mais um regime de esquerda na América Latina.

Uma nota para se lamentar

Só a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade umbilicalmente ligada ao PT, foi capaz de tratar do assunto abertamente, ainda que com o cinismo peculiar aos esquerdistas. Em fevereiro deste ano, a entidade emitiu nota em que repudiou o uso do termo ‘refugiados’, usado pelas autoridades nacionais em referência aos venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.

À moda Sibá

Segundo CUT, o termo integra um conjunto de estratégias “da grande mídia internacional e de diversos governos”, incluindo o “ilegítimo brasileiro”, de caracterizar o que se passa na Venezuela como uma “crise humanitária”, com vistas apenas a desestabilizar o país e seu governo “legitimamente eleito”. À moda Sibá Machado, o pessoal da CUT acredita piamente que a culpa pelo que se passa no país vizinho deve ser atribuída à CIA.

Resumo da ópera

Independente, porém, do debate ideológico que se forma ou não em torno do assunto, a questão é que os venezuelanos precisam d nossa solidariedade, e os moradores de Roraima, de uma urgente e concreta iniciativa por parte do governo federal.

Birra

A população acreana pode ser prejudicada graças à – pasme o leitor! – birra do PT com o deputado federal Alan Rick (DEM). Tendo destinado recursos de suas emendas para a Capital e para o hospital de Sena Madureira, num total de R$ 20,3 milhões, nada saiu do papel devido à má-fé ou à incompetência do governo do estado e da prefeitura de Rio Branco.

Dinheiro na conta

Alan denuncia que tanto o governo quanto a prefeitura estão deixando de executar obras que poderiam beneficiar a população. O dinheiro, segundo ele, está disponível em uma conta especial da Caixa Econômica Federal e ainda foi acessado.

Drenagem

Para a Capital, Alan Rick destinou emenda para obras de drenagem em pontos que costumam alagar com as fortes chuvas. Um deles é na Avenida Getúlio Vargas, próximo à antiga boate Lua Azul.

Indiferença

Problema semelhante é citado pelo deputado quanto ao Hospital de Sena Madureira e à Unidade Mista de Saúde de Acrelândia, obras orçadas, respectivamente, em R$ 4 milhões e R$ 2,5 milhões.

De lascar!

Para Alan Rick, que já esteve em Sena para providenciar a doação do terreno pela prefeitura ao governo – principal argumento para o atraso nas obras –, a má vontade companheira resvala em prejuízos para a população. Com R$ 20 milhões à disposição, tanto Tião Viana quanto Marcus Alexandre preferem falar sobre as dificuldades enfrentadas nesse momento de crise econômica. É de lascar!

Alvo errado

Ao tentar alvejar o assessor de Sibá Machado, o vereador rio-branquense Jackson Ramos pode ter acertado o próprio pé. Informações de que o Ministério Público do Estado planeja entrar com uma ação contra ele já circulam pela imprensa.

Toma lá, dá cá

A iniciativa do MP acreano se baseia num áudio vazado dias atrás, no qual o parlamentar – que é médico gastroenterologista – esculhamba Michel, assessor de Sibá, e acaba ‘entregando’ que já atuou nas campanhas do deputado federal realizando consultas, exames e até cirurgias – tudo supostamente em troca de votos.

Ilícito eleitoral

Como oferecer dinheiro, bens e favores ao eleitor em troca de voto é considerado, além de crime, um ilícito eleitoral, Jackson pode até ter o mandato cassado e ficar inelegível por um período de oito anos.

Vapt vupt

O secretário de estado de Segurança Pública, Emylson Farias, foi ‘flagrado’ trocando de óculos na Ótica Ipanema, durante uma rápida pausa em suas atividades profissionais. Filiado ao PDT, Emylson é pré-candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo petista Marcus Alexandre.

Pessoa do bem

Não obstante as críticas que este colunista, vez por outra, tece à Segurança Pública, cujos resultados nem sempre são debitados na conta do secretário, é impossível deixar de reconhecer que Emylson, além de servidor público dedicado, é um sujeito do bem.